

Casa do Povo de Cercal do Alentejo
História das Casas do Povo em Portugal
As Casas do Povo foram uma criação do regime corporativista do Estado Novo, e eram o elemento principal da organização corporativa do trabalho rural.


Foram criadas pelo Decreto-Lei n.º 23 051 de 23 de setembro de 1933.
Cada Casa do Povo era um organismo de cooperação social, dotado de personalidade jurídica, destinando-se a colaborar no desenvolvimento económico-social e cultural das comunidades locais, bem como a assegurar a representação profissional e a defesa dos legítimos interesses dos trabalhadores agrícolas.
As Casas do Povo assumiram, também, a função de realizar a previdência social de todos os residentes na sua área de atuação. Um certo matiz democrático, conferido pelo nome, numa época de estreiteza de políticas!
A área de atuação territorial de cada Casa do Povo era, normalmente, correspondente a uma ou mais freguesias, dentro de um concelho. As Casas do Povo agrupavam-se em federações regionais e estas, na Corporação da Lavoura.
O Estado apoiava as Casas do Povo e velava pelo prosseguimento dos seus fins, através da Junta Central das Casas do Povo.
A Revolução de Abril de 1974 instaurou uma nova ordem política, social e cultural com amplas repercussões em todos os sectores da vida portuguesa.
Uma nova era se abre, nesse momento, às Casas do Povo e, em muitos casos, a conotação destes organismos com o regime político anterior tê-las-á impelido para um declínio sem retrocesso.
A extinção da Junta Nacional das Casas do Povo, como entidade reguladora e responsável pela tutela destas instituições, viria a acontecer no início da década de oitenta.
Isto terá constituído, para muitas Casa do Povo, o desferir do golpe final e, como consequência, muitas fecharam definitivamente as suas portas.
Outras houve que se converteram para outros fins, vendo, porém, a sua actividade francamente reduzida e adulterada.
